A tecnologia das vacinas recombinantes é uma importante ferramenta para a prevenção e o controle de doenças de cães e gatos, como cinomose, leucemia felina e raiva. Dentre estas doenças, a raiva representa um sério problema de saúde pública, inclusive no Brasil. “Isso porque a tecnologia recombinante permite imunizar animais de forma mais segura, minimizando a possibilidade de reações pós-vacinais, e, sendo mais potente, protege contra as principais doenças”.
A opinião é do pesquisador da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e especialista em vacinologia, Dr. Ronald Schultz, que esteve recentemente no Brasil a convite da Merial Saúde Animal, líder mundial em produtos e medicamentos veterinários. Dr. Schultz participou do Simpósio de Vacinologia Merial, que reuniu mais de 200 médicos veterinários na capital paulista, no final de outubro, quando falou sobre as últimas atualizações em vacinas com tecnologia recombinante.
Segundo Dr. Schultz, o mercado veterinário já dispõe de vacinas com tecnologia recombinante para diversas doenças e estas podem oferecer um novo perfil de eficiência contra enfermidades de pequenos animais. “Hoje, as vacinas com vetor viral são tão potentes e eficazes quanto à de vírus vivos modificados. Porém, têm a vantagem de ser mais seguras, pois imunizam o animal apenas contra partes específicas do patógeno, minimizando a probabilidade de reações pós-vacinais indesejadas”, afirma o especialista.
Durante o evento, Dr. Ronald Schultz apresentou diversos estudos conduzidos por ele nos Estados Unidos para comprovar a eficácia da vacina recombinante em relação à vacina com vírus vivo modificado convencional. Em todos os estudos, a resposta imunológica do animal imunizado com vacina recombinante foi superior, após o desafio induzido. “Em todas as situações em que podemos aplicar a vacina de vírus vivo modificado, podemos aplicar a tecnologia recombinante com uma série de vantagens para o animal”, diz.
Entre as vantagens, Dr. Schultz ressalta o fato de que a vacina recombinante não tem o risco de sofrer reversão da virulência viral e causar encefalite pós-vacinal (no caso da vacina contra a cinomose canina). “Um dos objetivos de qualquer imunização é estimular a melhor resposta imunológica possível no animal, mas de modo a reduzir ao máximo a possibilidade de reações pós-vacinais. A vacina recombinante favorece este propósito”, afirma Dr. Ronald Schultz.
Por conta destas qualidades , Dr. Schultz, que também é membro da Associação Norte-americana de Hospitais Veterinários (AAHA, siga em inglês), defende a utilização das vacinas nas campanhas oficiais de vacinação contra doenças de pequenos animais e para animais que vivem em abrigos de animais ou áreas de altos desafios em relação aos agentes infecciosos.
A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e uma das maiores autoridades brasileiras em vacinologia veterinária, Dra. Mitika K. Hagiwara, fez algumas considerações. Para ela, um programa de vacinação no Brasil deve levar em conta a variabilidade da carga de patógenos no meio ambiente.
Além disso, segundo estudo apresentado pela pesquisadora, mais da metade da mortalidade de cães e gatos no Brasil ocorre entre o segundo e o terceiro ano de vida, principalmente por Cinomose (42,9%) e Leptospirose (12,1%), cuja vacinação nos Estados Unidos é opcional, de acordo com a incidência em cada região. “No Brasil, a alta carga de patógenos no meio ambiente, decorrente da baixa imunização, é um dos principais obstáculos à erradicação de doenças de pequenos animais. Penso que o Brasil deveria adotar um protocolo sanitário semelhante ao que havia nos Estados Unidos na década de 1950 e que priorize a imunização de animais jovens, com especial intensificação da vacinação contra a Cinomose, um dos principais problemas do País”, afirma Dra. Hagiwara.
A Dra. Camila Pardo, pesquisadora chefe da área de pesquisa e desenvolvimento de produtos biológicos da Merial (EUA), também palestrante do evento, anuncia avanços na produção de vacinas para imunização e controle da leptospirose, doença que se dissemina muito facilmente durante o verão brasileiro, especialmente a partir da chegada das chuvas e enchentes. A pesquisadora ainda demonstrou resultados de estudos que confirmam a capacidade de imunização das vacinas da Merial contra a parvovirose canina, mesmo em filhotes com altas concentrações de anticorpos maternos – que dificultam a imunização nos primeiros meses de vida dos cães.
Legenda da Foto: Dr. Ronald Schultz, pesquisador da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos
Informações adicionais sobre o Simpósio de Vacinologia Merial e toda linha de produtos e serviços para pequenos animais da Merial podem ser obtidas pelo SAC 0800 888 7387 ou no site
www.merial.com.br.
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